|
Por mais que ele escreva, não consigo perceber o fascínio de João Bénard da Costa por Johnny Guitar. Por mais coisas que João Bénard da Costa diz ver no filme, além de não ver nada disso, vejo muitas outras coisas. Vejo Sterling Hayden (Johnny Guitar) como um tremendo erro de casting. É aquele tipo de herói chocho pelo qual ninguém vai torcer. Joan Crawford (Vienna) e Mercedes McCambridge (Emma) metem medo. Uma sempre de olho esbugalhado e a outra sempre sempre aos berros com um timbre de voz particularmente irritante. Das cenas mais risíveis, destaco o lentíssimo definhar de Turkey, que corre uma maratona antes de finalmente ir ao tapete, e a perseguição que o Xerife e os seus homens lançam a Johnny e a Vienna quando estes se escondem na antiga mina. É notório que não sabem o que andam o fazer, já que passam feitos baratas tontas umas 50 vezes à frente do salloon de Vienna. Não é que o filme seja mau. Só não é uma obra-prima. E descobrir que não acho gosto do filme de referência de João Bénard da Costa não foi coisa fácil de encaixar, pelo respeito que tenho pelas opiniões do senhor. A ponto de ter ido ver o raio do filme duas vezes no cinema (às vezes até eu mudo de ideias), coisa que nunca fiz com maior parte dos filmes de que gosto mesmo. Thanks a lot.
[ ]: Olha tenho a minha opinião, sabes? É uma opinião muito própria, derivado de ser a minha(ultimamente ando a tentar construir frases com "derivado"-cansei do portantos). E é a seguinte: nunca vi.
Mas se tivesse visto, ai podes ter a certeza que a emitiria com toda a radiância!
[ C.]: Quando se gosta de alguma coisa, os defeitos importam ou até tornam aquilo de que gostamos algo único? No cinema e na vida, caro Calvin ;)
PS - Blues colocando-se do outro lado da barricada ao lado de Hobbes :P
[ ]: Vê novamente a sequência em que a Joan Crawford está sentada a tocar piano, vestida de branco, enquanto os justiceiros da cidade, todos vestidos de preto, entram pelo saloon à procura do bando do Dancing Kid. O fundo do cenário é vermelho. Não se houve uma única palavra. Só música de piano e o barulho das botas dos justiceiros. Num filme repleto de diálogos (excelentes diálogos, na minha opinião) há esse momento em que serenidade e desejo de vingança se misturam de forma sublime, sem que seja preciso dizer nada. Nessa cena é a imagem que diz mil palavras.
Post a Comment
<< [Principal] |