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[Do som mais sujíssimo que anda aí] 
>Three-Way 
>Magnetic Fields
 

Autoria
 
    Calvin
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Contribuições
 
    Astronauta Spiff
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    Homem Estupendo
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    Hobbes
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Era uma vez o Sol

 

 (5)



Quanto ao jornal, duas edições bastaram para ver a pobreza que é o Sol.
Quanto à campanha de lançamento, não foi preciso tanto. As inúmeras parábolas ilustradas que anunciavam a vinda do astro eram prenúncio de trovoada. À forte adjectivação seguiu-se continental depressão.

A título de exemplo deste eclipse total de imaginação, detenhemo-nos na ilustração do anúncio que proclama a alegria do Sol. Um manifesto surrealista. À primeira vista, somos levados a pensar que se trata de Luís Figo e Cristiano Ronaldo, tal como surge legendado.



Apesar das semelhanças, a primeira impressão é completamente errada. Observem com mais atenção o penteado e a batatona nasal avermelhada do alegado Figo e as feições esganiçadas do proto-CRonaldo.



É, não é? Lembram-se destas caras mas não sabem de onde? Pois. Era de esperar. Após incansável pesquisa, estou apto a desfazer o equívoco:



Luís Figo é na verdade o mau do Era uma vez... No espaço e Ronaldo é na verdade Bianca Castafiore. O que é que o Sol quer dizer com isto? Ninuém sabe. Exactamente a mesma sensação
que se tem ao ler o jornal. Valha-nos isso: é uma campanha honesta.

   

 

Presentes reais

 

 (0)



Cavaco Silva vai oferecer a Juan Carlos PDA com software português (Público)

-Que es esto, Anibal? Un regalo?? Para mi?? Ai, Aniiibal, que precioso, no deverias hab... Qué?!... Pero... Anibal... A ver, que mierda es esto? Qué has hecho, chico? Dónde están los quesos de la Serra? Y los pasteles de Belén? Ai, Anibal...

   

 

Se não é verdade, é bem passado

 

 (3)



O excesso de sanguíneas patuscadas de carne e cuidada degustação de queijos leva quase sempre a que o carnívoro pecador venha a ser apresentado ao tema sempre fascinante da moral do colesterol. Que o há, que o há bom e que o há mau.

Há um ponto na vida a partir do qual a visão de um bife fica ligada a Kant.

   

 

Florida, Europa

 

 (2)



Portugal com idosos mais instruídos e saudáveis em 2021 (Diário Digital)

Daqui a 15 anos Portugal será o destino preferido dos reformados finlandeses para passarem os últimos dias?

 

Hobby

 

 (3)




Mahmud Ahmadinejad afirma que Irão "não precisa da bomba atómica" (Público)

Pois claro que não. O urânio enriquece no Irão porque aquilo é uma terra de oportunidades.

   

 

Prazer SM

 

 (5)



No jornal Sol, Margarida Rebelo Pinto vai falar de sexo na sua rubrica Com Muito Prazer. Para a semana promete falar-nos de posições.

E isto é agora. Imaginem quando ela andar na casa dos cinquenta.

   

 

Podia ser pior

 

 (3)



Governo acusa municípios de quererem manter "tudo na mesma" (Público)

Compreende-se a precaução. Antes na mesma do que pior.

 

State of the Art

 

 (3)

Assim que José Sócrates assumiu a governação do nosso país, ficou positivamente histérico com a história do Inglês na Ensino Básico. Que somos uns atrasadinhos, que saber inglês é uma vantagem competitiva brutal, que é por aí o caminho.

Obviamente, este foi mais um dos delírios do nosso Primeiro-Ministro. E se fosse preciso alguma prova, bastaria olhar para a vizinha Espanha e pensar nos seus indicadores económicos. Em Espanha, saber inglês deve ser insulto ou coisa de republicanos.

Barcelona não é excepção e servem os exemplos seguintes para o ilustrar. Tratam-se das sugestões propostas aos comensais de um animado bar numa praia de Barcelona.

Primeiro, os bocadilhos calientes.



Nada de assinalável a não ser o fabuloso lomo com queso, que depois da pirueta que leva na tradução, passa a um back with cheese. Pede-se lombo, eles vão e eles voltam com queijo. Muito simples.

Vejamos agora as ensaladas.



Curiosa, a ensalada de pasta, conhecida pelos anglo-saxónicos como salad of paste. (Pouco apreciada por saber sempre ao mesmo.)
A piscadela de olho à gastronomia indiana é feita com a ensalada de pollo con salsa rosa, ou melhor dizendo, chicken salad with rose sauce.

Isto é tudo muito engraçado, mas o regabofe vem com as tapas.



A saudade é intraduzível? E daí? Os boquerones e as patatas bravas também o são.
Se quiserem pedir calamares, peçam-nos em castelhano, porque se for em inglês, só têm direito a um.
Em caso de dúvida na tradução, toda a gente a gente sabe que o mínimo é trocar a ordem das palavras. Sabe-o toda a gente e sabem-no os buñuelos de bacalao. Ou os bacalao buñuelos, talvez assim se perceba melhor.
O jamon ibérico passa a spanish ham. Esta percebe-se, já que o turista burro julga que fazemos parte da Espanha.
Lauro Dérmio também deve ter trabalhado neste bar antes de se ter dedicado ao cinema. E devia ser ele que fritava as patatas fritas, ou frits potatoes, como dizem os americanos.
Mas esta ementa é também um grito de ajuda. Um repto para os mais atentos. O pulpo a la gallega é precisamente uma exigência do povo espanhol: octopus to the spaniard. Dêem polvo ao espanhol. Já, que ele precisa, coitado.

   

 

Completamente diferente

 

 (2)



Exclusivo, o novo programa das noites de sábado da SIC, onde se mitificam as figuras e os bastidores da estação é mais uma demosntração do provincianismo que por vezes ataca a televisão portuguesa. Pode até resultar em termos de audiência, mas fazer da autopromoção - que se pode justificar pontualmente - uma prática semanal é abusar do auto-elogio. O ridículo é já ali ao virar da esquina. (José Fialho Gouveia, Sol - 16/Set/2006)

Auspicioso inicio de José Fialho Gouveia no recém nascido Sol, o único jornal português mais parecido com o Expresso do que o próprio Expresso. O jornalista é categórico na repulsa que sente pela auto-promoção. As entranhas devem-se-lhe ter revolvido ao verificar que na tabu, revista que acompanha o Sol, existem 9 páginas sobre os accionistas do Jornal e mais 3 sobre a festa de inaugaração do Sol, esta última peça com os comentários sempre acutilantes e decisivos de Vitor Rainho, subdirector do jornal («Bar aberto é sempre sinónimo de contradições»).

O que eu temia aconteceu. Quando quiser comprar o Expresso, qual dos dois jornais hei-de comprar?



 

Outra vez não

 

 (1)

Como o leitor mais veterano se deve lembrar, nutrimos um especial carinho pelos Queen e em particular pelo seu cabecilha, Frédi Mércuri.



Pois bem, cá vai mais um aviso à navegação. A fotografia foi tirada em Barcelona, mas como é visível no cartaz, a gira europeia inclui Portugal (há que apurar responsabilidades; a culpa não deve mais uma vez morrer solteira). Depois de já termos gramado com uns Queen com uma prótese no lugar do vocalista, eis que agora temos direito aos sósias. Por ocasião do 60º aniversário do nascimento do Frédi, o fantástico Craig Pesco (?) interpreta o grande Frédi numas únicas (sic) 10-actuações-10.

Prevê-se um espectáculo bocejante como seria de esperar, o que até é confirmado pela organização que utilmente cita o amigo íntimo de Frédi, Peter Freestone: A criação mais sensacional de Queen [o espectáculo] é o cenário.

Reforço o apelo do Homem Estupendo: deixem os mortos descansar.

 

Não basta o Mediterrâneo

 

 (1)



Como gostar de uma cidade que chama praia a um aterro argiloso que ao fim do dia se vê invadido às dezenas por esse bicho nojento que é o pombo?
Sim, estou a falar de Barcelona.

   

 

The Entertainers

 

 (1)

Um dos mitos que a minha viagem me desfez foi o de que Barcelona era a Nova Iorque europeia. Barcelona é uma cidade engraçada, não mais do que isso. Lisboa dá baile a Barcelona quantas vezes forem precisas. O que me chateia nisto tudo é a expectativa que me criaram.

O famoso Bairro Gótico, onde parece que a noite é divertidíssima, apresenta uma série de chafaricas (que nem na 24 de Julho conseguiam ser piores). Botecos miseráveis em ruas com cheiro a lixo.

Quanto às criações de Gaudi, podeiam estar em Barcelona como podiam estar noutro sítio qualquer. Não ganham nada em estar em Barcelona (pelo contrário) e Barcelona teve a sorte de ficar com criações tão geniais. Apesar de lá estarem, destacam-se da cidade. São coisas que estão em Barcelona mas não lhe pertencem.

Um dos locais mais ventilados por toda a gente que vai a Barcelona é a Rambla, zona com fama de animada movimentação, cores e aromas, enfim, uma maravilha urbana. A verdade é outra. A Rambla não passa de uma rua com lojas, emigrantes ilegais, putas, mau cheiro e muito lixo (esta parte do lixo e do cheiro é comum a toda a cidade). A movimentação da Rambla provém de ter centenas de turistas à procura da animação da Rambla e de espanhóis a darem encontrões a toda a gente (como em qualquer parte da cidade).

A juntar a isto, parece que todos os indigentes inábeis da Catalunha se juntaram na Rambla para fazer o seu triste número de rua. A falta de talento é constragedora e qualquer palermice serve para extorquir uns trocos ao palerma do turista que julga estar a assistir a momentos únicos que só a Rambla proporciona (e nesse sentido até é verdade).
Seguem-se dois exemplos deste circo de misérias.



Esta rodilha metálica de lixo não é obra de um infeliz acaso, antes pelo contrário. Este espectáculo é resultado de quase meio dia de trabalho afincado de um desgraçado que passa a manhã a juntar novos elementos residuais ao molho, a coser os seus andrajos e a apreciar calmamente a situação estética do preparado. Lá para o meio da tarde, o artista lá se decide a subir para cima do ferro velho e por lá fica longos minutos na posição que se vê.
Pronto para receber a contribuição dos espectadores que valorizem este tipo de actividades, está o mini-ego do artista, um metro à frente da instalação dinâmica.



Outro dos infortinados do talento é este faquir.



O homem tem um ar tão enfadado, tão aborrecido, que consegue executar o seu número dando a impressão de que ainda está a preparar o cenário. Acho que fui o único a perceber que ele estava a comer pregos, tal a displicência com que enfrentou o desafio. Tudo isto acompanhado por um naturalíssimo disco sound. Para dar o toque final de sordidez, pode-se ver o estojo aldrabado de primeiros socorros (no lado esquerdo, a caixa branca com dois pedaços de adesivo vermelhos cortados e colados à mão).

Coitado do Gaudi.

 

Levantamentos e depósitos

 

 (1)

Amesterdão é uma cidade conhecida por ser particularmente tolerante com modos de vida e hábitos alternativos. A prová-lo, não só o extraordinário tamanho das cenouras que por lá se vendem (a garrafa de água é de 1,5l)...



...como também o nome de popular instituição de crédito holandesa.



 

Bitoques divinais

 

 (1)



O restaurante fica em Amesterdão. Não cheguei a ver a ementa mas não deve andar muito longe disto.
  • Menu Avé Maria - Hamburger na hóstia e água benta média.
  • Menu Pai Nosso - Frango grelhado na sarça e sangue do Senhor (vinho da casa).
  • Menu INRI - Espetadinhas romanas e uma cerveja Judas.

 

Só em Portugal

 

 (3)

Há coisas que amiúde catalogamos como sendo apenas existentes ou possíveis em Portugal. Nada como uma passeata pela Europa para ver que afinal não somos assim tão peculiares. Arrisco em dizer que em certas categorias não passamos mesmo de imberbes amadores.

Na categoria Inglês Turista, temos este magnífico preçário de cones de gelado à venda em Roma.



Por um segundo ainda julguei tratar-se de Sumol à venda em Roma, mas não passa de um domínio sofrível da língua inglesa.

Já em Praga, encontrei um cartaz digno de uma qualquer promoção nos nossos supermercados Lidl.



À parte do bebé, que mais é que este cartaz pretende anunciar? O que é a Super Cena? É o puto? Alguém que saiba checo que me esclareça.

Nesta espécie de cidade europeia temos uma fauna variada e assaz curiosa que chega a ser representada em ímanes de frigorífico, como é o caso deste Crazy Magnetic Insect.



É um Insect tão Crazy que chega a ser parecido com um sapo. Pais exótico, esta República Checa. Tão exótico que um chapéu de chuva escavacado chega a valer 99,00€. Será com certeza uma antiguidade digna de tamanha inflacção.



Deixando essa Praga e indo até Paris para apreciar um quadro de profunda miséria. Diga-se de passagem que Paris é uma cidade quase perfeita e não se imagina que as coisas que cabem nesse quase belisquem sequer o quão agradável é andar pelas ruas parisienses. Dito isto, não se percebe por que raio é a Câmara lá do sítio resolveu plantar dois campos de Voleibol de Praia em frente ao Hôtel de Ville. Na fotografia podem-se ver umas tristes e alvas criaturas a usufruirem deste espaço pseudo-estival.



Uma tristeza. Mas Paris tem destas coisas. Outra delas é a segurança das estações de comboio, assegurada pelos GOE's lá do sítio que se passeiam de camuflado e metralhadora em punho. Perguntam vocês se é medo o que se sente ao encarar uma destas criaturas quando se desce do comboio. Vejam a fotografia e tentem imaginar se é o medo o que se sente.



De certa maneira, é mesmo medo que se sente. Medo de que estes defensores da paz pública consigam vislumbrar o risinho jocoso que o seu telheiro cefálico nos motiva. Percebe-se que tenham que empunhar metralhadoras. Com chapelinhos daqueles ninguém os consegue levar a sério. Fica-se sempre a tentar descobrir onde é que eles têm o cavalete e o pincel.

Ainda de falando de moda, mas passando a Florença, veja-se este extraordinário exemplo de coerência, firmeza e constância.



Que saldos fantásticos! Tudo a 14,50€. Mas tudo! E como se não bastasse, está tudo a 9,50€. Tudo! Mas esperem: não acaba aqui! É que está tudo a 6,50€. Sem excepção! Este caso de profunda esquizofrenia comercial dá vontade de rir. Já o seguinte caso, registado em Veneza, quase que só dá para ficar de boca aberta.



Trata-se da gama saudosista de consumíveis de mercearia. Temos o azeite, a cerveja, o vinho e a schnaps de Mussolini,Hitler, Estaline, Che Guevara, e para atenuar a carga política, de Bob Marley. Mais do que patético, é surpreendente ver que continua intacta uma loja que apresenta uma tão ampla gama de produtos a poderem suscitar os mais bélicos instintos em duas facções distintas. Com o Benito, Adolfo e Estaline na montra, era de esperar que as extremidades ideológocas da zona já se tivesse encarregado de empalar o dono da loja num remo de gôndola e que a loja já tivesse sido incendiada. Porém, nem um graffiti. Ainda dizem que em Portugal os costumes são brandos.

E por falar em costumes e brandura, eis a mais recente jóia da indústria chocolateira belga.



Em Brugge e em Bruxelas apenas algumas casas de chocolates não ofereciam este magnífico produto apresentado em várias cores e tamanhos. Não consegui perceber se derreteriam nas mãos.

A seguinte fotografia é da porta de uma farmácia de Barcelona. Repito: de Barcelona. Não é de Marrocos nem de Sarapillera de Arriba.



Além do ar de miséria que inspiram todos esta papelada colada às três pancadas, há a finíssima promoção de preservativos (ainda por cima homologados, vejam lá!) com direito a regalo e tudo. Assustador. Também assustador mas por cima disso, tétrico são estas peculiares decorações florais à venda em Amesterdão.



Em suma, em Amesterdão decoram-se as plantas ao invés de serem as plantas a decorar (em Amesterdão as plantas são mais úteis do que decorativas). Para a dita decoração, nada como mirrar algumas cabeças de animais e empalá-las junto à plantação. Sob o efeito de certos cogumelos a coisa deve ter potencial de teatrinho de marionetas.

Há que perceber que os holandeses são um povo muito particular. Note-se por exemplo a seguinte publicidade com laivos de anúncio de combate titânico.



Os 32 melhores jogadores de setas disputam o troféu mundial de setas bávaras! Que emoção incrível. Por que raio é que é esta gente tem coffee shops, digam-me?

Visto isto, Portugal ainda parece o sítio onde só acontecem as coisas que só acontecem em Portugal?

 

Recuerdos e souvenirs

 

 (2)

As cidades turísticas bem se podem queixar dos turistas mas o que não falta em nenhuma é a bela da lojinha de recordações. Enquanto a coisa se ficou pela Torre Eiffel e pelo Coliseu de Roma, estas lojas não tinham interesse nenhum, mas com uma nova maneira de pensar o mercado e os consumidores, os lojistas diversificaram a oferta e resolveram patrocinar-nos umas gargalhadas.

Em Barcelona, exemplo de inspiração cinematográfica ou projecção dos 50 com Botox, quem pode ficar indiferente a este Ched Pitt Guevara?



Também em Barcelona, toda a loja da especialidade tem estas pilhas de sombreros à venda.



Este produto tipicamente espanhol e catalão vende mais do que castanhas quentes. Ainda vou ver barretes de campino a serem vendidos em plena Rambla.

Passando a Paris, o estilo é diferente. Não há tantas lojas de recordações, e imperam as banquinhas de tudo e mais alguma coisa à beira do Sena. Entre estas bancas, há algumas que se especializaram em arte, ou pelo menos em tentativas de. É o caso desta aberração.



Nada podia ser tão hediondo como estes pequenos Frankesteins com infantes corpos de anjo apenso de adultos macrocéfalo. É certo que Paris é uma cidade onde romper com convenções costuma trazer bons resultados, mas prevejo dificuldades para o artista se conseguir vir a impor.

Saltando para o Museu do Vaticano, encontramos lembranças nada católicas. Eis alguns fragmentos de estuque da Capela Sistina, ao alcance de qualquer turista de bom gosto e fé inabalável.



Enfim, não são bem fragmentos, são simulações de fragmento. Vai dar ao mesmo porque quem vê o calhau é apanhado desprevenido. Como resistir à ideia de convidar uns amigos a jantar lá em casa para depois, sem mais nem menos, enquanto estão eles de croquete numa mão e Martini na outra, darem de caras com um bocado da parede da Capela Sistina galhardamente exibido ao lado da fotografia do Ruben José quando tinha 6 meses?

É claro que estas coisas de lembranças do Vaticano não são coisas para pelintras. Um bom católico deve ganhar pipas de massa para ajudar o próximo e foi a pensar nisso que Salvatore Ferragamo se juntou ao Vaticano para criar esta bela mola para notas, também ela nada em conta. Fiquei sem perceber se os papais pés e respectivo séquito habitual tem o patrocínio de Salvatore Ferragamo, tal era a alegre profusão de produtos seus espalhados pelo Museu.



Finalmente, já não no Vaticano mas na loja de uma igreja de Roma, este magnífico calendário com mancebos vestidos de padres para noviças com fantasias de claustro.



Pela pinta dos moços é de esperar que no calendário de 2007 haja uma espreitadela aos bastidores do altar. Valha-nos Deus.

 

1000 palavras

 

 (4)

Por essa Europa fora, as barreiras linguísticas são ultrapassadas recorrendo aos sinais gráficos. Deste modo, qualquer turista menos familiarizado com o linguajar local consegue movimentar-se airosamente por terras estranhas não correndo qualquer risco de infracção das suas regras.

Por exemplo, num jardim de Viena é possível ver esta placa.



A mensagem é óbvia. Não é permitido estar sentado com ar contemplativo, tal como não é possível jogar à bola ou andar de bicicleta. No entanto, não são colocadas objecções a brincadeiras de teor sado-masoquista que envolvam trelas e anões de gatas.

Também em Viena, nos transportes públicos, há lugares assinalados com o seguinte dístico.



O utente do transporte público fica assim informado que aqueles lugares são prioritários para mulheres grávidas, acompanhantes de crianças de colo, pessoas com visão raio-X e velhinhos com ar sinistro.

Em Viena, como já é fácil de ver, tudo é organizado. Como se pode ver pelo sinal abaixo, até há zonas específicas para que adultos de fato e chapéu possam torcer e arrastar criancinhas.



Em Roma, os sinais são muito mais sensuais. O próximo sinal está nas portas das carruagens do Metro romano.



Ficamos a saber, por um lado, que é possível esfregar o rabo à carruagem com um deleite de levar os braços ao ar. Por outro lado, é-nos indicado que se preferirmos aproveitar o fecho das portas automáticas, os resultados mais satisfatórios serão obtidos através de fricção a ser exercida simultaneamente nas nádegas e no orgão sexual.

Mas em Roma também há espaço para fenómenos menos físicos e mais transcendentais. O cenário continua a ser o Metro. Ora reparem no sinal seguinte.



No Metro romano há correntes de ar ascendentes que podem provocar alucinações visuais como o avistamento de vultos no meio da multidão. Nunca me tocou tal experiência, devo acrescentar.

Aproximando-nos um pouco mais do 3º mundo, chegamos a Praga. O próximo sinal encontra-se afixado junto aos condutores de eléctricos.



É óbvio que este sinal podia estar em todos os países do mundo excepto no nosso. O que por cá é um hábito inofensivo e mesmo saudável, na República Checa é absolutamente proibido. Nada de falar com o condutor. E pudemos constatar que em caso de prevaricação, o próprio condutor não compactua com o infractor, mostrando olímpico desprezo.

Talvez para tentar iludir os turistas decepcionados, existem sinais que tentam indicar a proximidade de um mundo ideal onde tudo corre bem, como é o caso deste invulgar sinal de trânsito.



Ficamos a saber que em Praga há famílias com casa e carro e que o pai joga futebol com o filho enquanto a mulher faz o jantar. À parte do significado, há que apreciar as linhas, as proporções, todo o grafismo deste sinal impossível.

Voltando à Europa, passamos para Brugge.



Curioso este sinal em que ficamos a saber que abandonámos uma zona de cavadores que usam socas e boinas à Oliver Twist.

Finalmente, mais perto de casa, eis algumas recomendações cívicas a acatar numa das praias de Barcelona.



Tudo recomendações ajuizadas, especialmente a quarta. Não tem graça nenhuma ter motociclistas a passarem por cima de carros. Levantam areia e não é agradável.

Mas nem tudo ão recomendações em Barcelona; também há espaço para a coacção. Repare-se nesta aparentemente inofensiva fonte.



A água cascatando e os meninos banhando escondem uma terrível verdade assinalada à direita e apresentada agora com mais detalhe.



A verdade nua e crua é que qualquer encalorado que se atreva a dar umas braçadas nesta fonte será imediatamente electrocutado na zona das gónadas.

Como vêem, não é preciso saber falar mais nenhuma língua para sair de Portugal. Só é preciso saber ver e ter algum bom senso.

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