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[Do som mais sujíssimo que anda aí] 
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Autoria
 
    Calvin
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Contribuições
 
    Astronauta Spiff
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    Homem Estupendo
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    Hobbes
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Vou só ali

 

 (4)



Numa altura particularmente exigente da minha vida profissional, as horas de sono eram poucas e era essencial não dar a entender ao cliente que me acolhia nas suas instalações que eu estava prestes a aterrar com a cabeça no teclado, bêbado de sono. Face a isto, fiz uma coisa que não é bonita, mas para a qual não enconteei alternativa: dormir no trabalho.

Encontrar um sítio para dormir no local de trabalho apenas parece uma tarefa de difícil execução. Pura falácia. Não há nada mais simples. Basta que o local de trabalho tenho um WC lavadinho e confortável onde haja uma sanita com tampo, isolada no resguardo de uma divisão autónoma com trinco na porta. O sonolento trabalhador utilizará a privacidade que esta pequena divisão proporciona para dormir a necessária soneca, sentando-se no tampo da sanita e apoiando braços e cabeça no autoclismo se o volume a posição deste o permitir. Não há preocupações com despertadores, uma vez que o tempo necessário para alguém se recompor é sensivelmente o mesmo que demora até que alguém entre na casa-de-banho e nos acorde. Depois, é só fazer uma descarga do autoclismo para disfarçar, dar umas estaladas na cara para tirar o ar ensonado, sair, lavar a cara e voltar ao trabalho , desta vez com as faculdades mentais plenamente resgatadas graças à regeneradora siesta.

À medida que fui confessando esta minha prevaricação em horário laboral, fui-me percebendo que este método não era apenas uma originalidade minha e que afinal somos muitos a dormir no WC do trabalho. Quantos, precisamente, é o que eu gostava de saber. Para isso, peço-vos que respondam ao inquérito que se encontra ali à esquerda na barra lateral. Não custa nada e pode ser que os resultados sejam o início de uma revolução arquitectónica dos locais de trabalho.

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Oh, sim!

 

 (6)



Isto não é o mesmo que perguntar se vão ser contas separadas ou se é a dividir por todos?

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E portanto

 

 (7)



Do Top 100 nem vou falar, mas olhando para alguns dos 10 finalistas dos Grandes Portugueses, há uma conclusão que salta à vista: os portugueses, confundem importância com grandeza. Na verdade, não é nada de surpreendente. É uma consequência meramente natural do luso quadro de valores e da pequenez da multidão que, instada a eleger o maior, apressa-se a votar no mais importante por achar que é tudo a mesma coisa.

Não se educou esta gente e agora ninguém sabe o que é ser grande. Para alguém ser grande tem que se importar com alguma coisa para lá dos seus próprios interesses. Como sabemos, isso é uma grande maçada e por isso é que não há muitos grandes portugueses nem há muitos com vontade de o ser. Ao contrário dos que querem ser importantes (no sentido mais minúsculo e importunador da palavra).

Pode ser que não haja muito a fazer contra este estado de coisas. Mas sabe-se lá se as coisas não começam a mudar se ligarem para o 760 10 2005?

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Vai tu

 

 (1)

Passatempo: Vá ver Michael Camilo & Tomatito na CdM (Disco Digital)

Isto não parece um passatempo; parece um insulto.

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O milagre da multiplicação

 

 (4)



-Bom dia. Era um Pão de Deus partido em dois, se faz favor.

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Coisas que cativam

 

 (1)



Pode não se gostar de touradas. Pode não se gostar de futebol. Mas não há ninguém que não ache piada a uma boa pega de caras ou a um desempate por penalties.

 

Des-graça

 

 (6)



-O Bruno Nogueira já esgotou.
-Não tens visto o programa dos Gato Fedorento, pois não?

 

«Está bem...»

 

 (1)



As reticências são o beicinho da linguagem escrita.

   

 

Bocal Minimal

 

 (3)



Por que é que nos filmes nunca ninguém se despede antes desligar o telefone? Nem um abraço, nem um beijinho. Nada. E por que é que quem fica pendurado acha isso tudo muito natural?

   

 

O Poder dos Sonhos

 

 (4)




Sonhos. Umas vezes têm graça. Outras não.

Na quinta-feira passada tive um bastante estranho. Quando acordei, dirigi-me rapidamente ao computador e anotei o que ainda me lembrava. Vejamos as minhas notas:


- CCB
- Loja [a "Arte Periférica"]
- Calvin e eu
- À saída, embatemos em alguém a entrar [chamemos-lhe A Tal Pessoa...]
- A Tal Pessoa fala connosco em inglês [nessa altura não tenho consciência de quem é A Tal Pessoa]
- Começamos a conversar
- É referido Braque [o pintor]
- A Tal Pessoa diz que prefere pintores espirituais, como o "Cujo" [?]
- Depois, com um olhar maroto, A Tal Pessoa passa as mãos pelas nossas partes baixas
- A Tal Pessoa é o [Giovanni] Trappatoni!

Nessa mesma manhã começou a constipação que tem assolado o Calvin.

Coincidência ou consequência? Deus não joga dados, dizia Einstein...

   

 

Recolham esta gente

 

 (1)



Qualquer Ecoponto o comprova. O raio do Gervásio não só aprendeu bem a lição como deu-lhe valentemente nas anfetaminas e vê-se agora possuído por uma voragem recicladora que tenta furiosamente saciar com vídeogravadores, televisões, tábuas de engomar, vassouras, caixotes de fruta vazios e todo o tipo de tralha que, sendo lixo, não cabe no caixote de lixo. Chega-se a acumular tanta tralha à volta dos depositões que o acto de reciclar passa a estar directamente relacionado com a pontaria e força de arremesso. Já só falta depositar carros para abate nos Ecopontos.

Está na hora de fazer um anúncio com o Gervásio a telefonar para a recolha de monstros.

   

 

Eu, Neca!

 

 (1)



Na principal Liga do futebol português compete a equipa do Desportivo das Aves, treinada pelo Professor Neca.

Se não é vulgar que haja um Desportivo das Aves (um clube que suponho traumático para quem quiser fazer carreira como guarda-redes), não é menos curiosa a existência de um Prof. Neca. Um nome assim evoca uma imagem mental da mesma classe de equivalência do Capitão Iglo, do Avô Cantigas e do Mestre Maco. Até o Professor Baltazar tinha mais compostura.

Sinceramente. Onde é que se vai buscar auto-confiança para proferir a frase Sou o Professor Neca e treino o Desportivo das Aves?

 

Go baby!

 

 (2)



O cenário é o primeiro Led Bombing realizado em Lisboa, junto à estátua do Sol, no Parque das Nações. Os intervenientes são um par de jovens namorados que se divertem a arremessar Led's colados a um íman à estátua metálica. Ele, um querido, com voz de harpa, incentiva a sua apaixonada.
-Atira, bébé!
A bébé atira e o Led nem toca na estátua. O jovem aproveita para mostrar de imediato que aquela relação não é para ir para a frente se não assentar numa sólida base de honestidade e franco poder de encaixe.
-Foda-se, qu'é zarolha!

   

 

Grave agudeza

 

 (3)



E é mal escrito. Lá por ser gratuito tem que ser pobrezinho?

   

 

Somos todos Gelnhausenses

 

 (5)

A União Europeia (UE) tem um novo centro geodésico. [...] Gelnhausen, na Alemanha, é a vila que passa a representar o centro geodésico da União Europeia. [...] O marco foi colocado num campo de milho e os 23 mil habitantes de Gelnhausen acreditam nas vantagens de estar no centro da Europa.
Gelnhausen destronou outra vila alemã e a câmara local promete revitalizar o turismo na região. Afinal, agora a vila é o centro de um mercado único com quase 500 milhões de habitantes. (SIC)

Tivesse sido em Portugal que centrípeta edilidade se lembrasse de erigir um falo geodésico no meio de púbico milheiral e ninguém acharia estranho. Como vêem, não há assim tanta coisa a separar portugueses de alemães, afinal.
(Há alguma comunidade portuguesa em Gelnhausen?)

 

Boas entradas

 

 (2)


(Homepage da SIC online, 9/Janeiro/2007)

Dou-vos uma carga de porrada se não têm um 2007 altamente, han?

Artigos:
Temos direito à violência
2007 tem que ser melhor!

 

Distraíram-se, só isso

 

 (3)

A ETA reivindicou hoje, em comunicado, a autoria do atentado de dia 30 de Dezembro no aeroporto de Barajas, que matou duas pessoas, apesar de garantir que o cessar-fogo decretado em Março "continua vigente".
"O objectivo dessa acção armada não era causar vítimas", lê-se no comunicado enviado pela organização terrorista ao diário basco "Gara", acusando as autoridades de não terem evacuado o parque de estacionamento do aeroporto após terem recebido o alerta para a iminência da explosão.
(Público)

Naturalmente que a ETA não pretendia causar vítimas. A ETA só não concordava com a as opções arquitectónicas do aeroporto de Barajas. Evidentemente que a ETA não tem culpa nenhuma que tenham morrido duas pessoas. Os etarras só colocaram 500 quilos de explosivos num aeroporto. Quem é que ia imaginar que podia morrer alguém? Eles lá na ETA nem estão habituados a estas coisas de explosivos, quanto mais. Quando não estão a aprender a dividir, jogam à cabra-cega (com capuzes, muito mais eficazes do que as vendas) e ao mata.

   

 

Vai uma rifa?

 

 (1)



Às vezes pergunto-me quantos sorteios serão feitos neste país à custa dos últimos algarismos da Lotaria do Natal.

   

 

Astronómico

 

 (2)



Merece ser visitada a exposição da obra de Amadeo de Souza-Cardoso na Fundação Calouste Gulbenkian (a decorrer até dia 14), quanto mais não seja para ver as longas e invulgares filas que se formam para comprar bilhete e visitar a exposição. Ver um museu com tamanha afluência é de arrepiar. Há alguns planetas em raro alinhamento no nosso sistema solar?

 

Coerência precisa-se

 

 (5)



Se fosse uma coisa bem feita, a extracção da Lotaria Clássica devia ser feita ao som de Schubert por jovens vestidas de preto. (E não se devia chamar extracção - dá ares odontológicos à sorte grande.)

 

Greve a querer saber

 

 (1)



A primeira página da edição online do Público tem desde há algum tempo uma secção permanente de informação sobre greves. As greves já fazem parte do nosso quotidiano. Adquiriram estatuto equiparável aos sismos em S. Francisco e aos furacões na Florida: são uma chatice mas já tudo se habituou.

   

 

Reinvolução

 

 (2)



Tanta coisa para chegar até aos toques polifónicos (aguentámos o Nokia Tune, o Hello, Moto! e a porcaria do Lalalalalahey!) e no fim chega-se à conclusão que o toque menos irritante é a versão digital da campainha do velhinho telefone preto...

 

Tempos difíceis

 

 (5)



Para a criança impaciente e ávida por desenhos animados que viveu nos anos 70 e 80, a manhã de Domingo evoca uma sequência particularmente traumática (e então de utilidade inexplicável) de programas televisivos: Setente vezes Sete, TV Rural e Eucaristia Dominical.

   

 

Cantas bem mas não me alegras

 

 (4)


Por mais que ele escreva, não consigo perceber o fascínio de João Bénard da Costa por Johnny Guitar. Por mais coisas que João Bénard da Costa diz ver no filme, além de não ver nada disso, vejo muitas outras coisas. Vejo Sterling Hayden (Johnny Guitar) como um tremendo erro de casting. É aquele tipo de herói chocho pelo qual ninguém vai torcer. Joan Crawford (Vienna) e Mercedes McCambridge (Emma) metem medo. Uma sempre de olho esbugalhado e a outra sempre sempre aos berros com um timbre de voz particularmente irritante. Das cenas mais risíveis, destaco o lentíssimo definhar de Turkey, que corre uma maratona antes de finalmente ir ao tapete, e a perseguição que o Xerife e os seus homens lançam a Johnny e a Vienna quando estes se escondem na antiga mina. É notório que não sabem o que andam o fazer, já que passam feitos baratas tontas umas 50 vezes à frente do salloon de Vienna.

Não é que o filme seja mau. Só não é uma obra-prima. E descobrir que não acho gosto do filme de referência de João Bénard da Costa não foi coisa fácil de encaixar, pelo respeito que tenho pelas opiniões do senhor. A ponto de ter ido ver o raio do filme duas vezes no cinema (às vezes até eu mudo de ideias), coisa que nunca fiz com maior parte dos filmes de que gosto mesmo. Thanks a lot.

 

Casamento abençoado

 

 (6)



A vida lá na província há vinte ou trinta anos atrás era de uma tristeza atroz e o cúmulo dessa miséria era atingido nos casamentos.

Começava-se de manhã cedo na casa dos pais do noivo ou da noiva, onde se tomava um faustoso pequeno-almoço. Alguns corajosos já saíam para a igreja meio bebidos.

Seguia-se o frete da igreja, etapa que os menos crentes tratavam de contornar atrasando-se propositadamente de modo a tornarem irrelevante a sua presença no interior do templo, permanecendo a derreter no seu exterior ao calor tórrido do Verão. Os restantes convidados, onde se incluem todos os tutores de crianças choronas encontram-se lá dentro. À parte do berreiro infantil, o padre nunca se ouve e está quase tudo a dormir.

Finda a cerimónia, sai tudo um bocado ensonado cá para fora e aos tropeções por causa da luz. Os morcegos juntam-se aos já devidamente desgargalados convivas que se baldaram e que já ostentam generosas manchas de suor no colarinho. Tudo alinhadinho na escadaria da igreja e tira-se a fotografia de grupo. Esta fotografia tem a curiosa propriedade de ser tão pequena para tanta gente que mal conseugimos perceber onde estamos (caso em que ficamos sempre tapados por alguém que não gostamos), e em casos mais graves não conseguimos perceber quem eram os noivos passados poucos anos.

Batida a chapa, vai tudo furioso de fome para o jardim da terra tirar mais fotografias, momento em que se pode apreciar a vocação de esteta do fotógrafo de serviço.

Em seguida, e para alívio dos convidados, a meio da tarde lá se avança à cadência de massiva buzinadela para o banquete. Este chinfrim é uma sinfonia comparada com as vigorosas marteladas que os mais voyeurs infligem com os talheres nos copos e garrafas em jeito de repto osculatório. Beijam os noivos, os pais, os padrinhos, o periquito e o perdigueiro. Fazem o amor e não a digestão.

Chegado o fim do almoço, o balcão do salão de festas acolhe os apreciadores de café, bagaço e whisky. Estes vão assegurar a manutenção da festa em lume brando à volta de amena cavaqueira enquanto os mais franzinos vão dormir uma sesta até à chegada do copo d'água.

Este momento é particularmente esperado por toda a gente, porque é tudo pobre e não há nada mais excitante para gente pobre do que a ideia de comer o que se quiser. Este pendor liberalista revela-se nos tensos segundos que antecedem a partida. Nunca ninguém sabe bem quem é que deve dar início ao copo d'água mas há uma regra de ouro: se ele já está a comer é porque já é para comer. Assim, identificado o primeiro comensal, não é ao presunto que a turba pede contas, nem ao lombo, nem ao rosbife. Não. É ao ananás. Naquela altura, para considerar adequada uma estratégia de aproximação à mesa de frios era absolutamente essencial que o primeiro passo fosse, se não comer, pelo menos reservar umas rodelitas de ananás. Depois logo se tratava do resto.

Jjá com a segunda camada alimentícia despachada (sim, porque a outra já dura desde o meio-dia), chega a hora da decadência sempre abrilhantada com agrupamento musical de formação regular: voz, teclas e guitarra. Eventualmente uma jeune fille com umas maracas e uma pandeireita. As mulheres dançam com outras mulheres e há sempre um barrigudo desfraldado de gravata já na testa e que faz um comboio com ao som das playlists da altura: o meu amigo charli braune, mamãe eu quero, todos dizem qui cácháçá é águá, os passarinhos a bailar e eu tenho dois amores. As criancinhas tentam pisar os reflexos da bola de espelhos e as avós já ressonam nas cadeiras dispostas ao longo da parede.

Ah. E na altura não havia cá a mariquice das mesas com nomes de flores e temperos. Ia tudo aviado a toque de mesa corrida. Que tempos.

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