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Sobre a inclusão de Portugal na Espanha
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Estou a dar duas semanas de formação a um grupo de seis húngaros e quatro espanhóis.
Aaron, um dos húngaros, é o mais expedito de todos. Acaba os exercícios em primeiro lugar, ainda faz umas experiências e quando termina a formação continua a trabalhar. Perguntei-lhe se pretendia voltar um dia para a Hungria. O seu inglês é pouco mais do que suficiente para explicar que não quer voltar à Hungria e acrescenta que gosta muito de Espanha. Não fala espanhol mas tem uma bolsa com o emblema do FC Barcelona e diz-me que não posso deixar de visitar o Camp Nou.
David, dos seis húngaros, é o único que sabe falar inglês. É ele o porta-voz do grupo à sexta-feira nos restaurantes, único dia da semana em que não passam a hora de almoço a aquecer tupperwares na cozinha do escritório. Já trabalhou na Irlanda e agora vive a 70km de Barcelona, onde trabalha. Diz-me que o que é mesmo chato é ter que levar o cão da namorada à rua todas as manhãs.
O mais velho do grupo é Edelmiro, um galego de Vigo. Diz que está impressionado com Portugal, que é um país com imenso potencial e que gostou muito do Porto que visitou há algum tempo. Planeia, assim que conseguir poupar dinheiro suficiente, comprar uma casa lá perto.
1ª conclusão: (olhando para a Hungria) Portugal não é o pior país da União Europeia para se viver.
2ª conclusão: (olhando para Espanha) A Espanha não é o melhor país da União Europeia para se viver.
3ª conclusão: (olhando para Portugal) Há gente que só sabe chorar.
Labels: Barcelona, Espanha, Heróis de Portugal, Hungria, Ibéria, trabalho, vida