Quanto ao jornal, duas edições bastaram para ver a pobreza que é o
Sol.
Quanto à campanha de lançamento, não foi preciso tanto. As inúmeras parábolas ilustradas que anunciavam a vinda do astro eram prenúncio de trovoada. À forte adjectivação seguiu-se continental depressão.
A título de exemplo deste eclipse total de imaginação, detenhemo-nos na ilustração do anúncio que proclama a alegria do
Sol. Um manifesto surrealista. À primeira vista, somos levados a pensar que se trata de Luís Figo e Cristiano Ronaldo, tal como surge legendado.
Apesar das semelhanças, a primeira impressão é completamente errada. Observem com mais atenção o penteado e a batatona nasal avermelhada do alegado Figo e as feições esganiçadas do proto-CRonaldo.
É, não é? Lembram-se destas caras mas não sabem de onde? Pois. Era de esperar. Após incansável pesquisa, estou apto a desfazer o equívoco:
Luís Figo é na verdade o mau do Era uma vez... No espaço e Ronaldo é na verdade Bianca Castafiore. O que é que o Sol quer dizer com isto? Ninuém sabe. Exactamente a mesma sensação
que se tem ao ler o jornal. Valha-nos isso: é uma campanha honesta.