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Autoria
 
    Calvin
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    Hobbes
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The Entertainers

Um dos mitos que a minha viagem me desfez foi o de que Barcelona era a Nova Iorque europeia. Barcelona é uma cidade engraçada, não mais do que isso. Lisboa dá baile a Barcelona quantas vezes forem precisas. O que me chateia nisto tudo é a expectativa que me criaram.

O famoso Bairro Gótico, onde parece que a noite é divertidíssima, apresenta uma série de chafaricas (que nem na 24 de Julho conseguiam ser piores). Botecos miseráveis em ruas com cheiro a lixo.

Quanto às criações de Gaudi, podeiam estar em Barcelona como podiam estar noutro sítio qualquer. Não ganham nada em estar em Barcelona (pelo contrário) e Barcelona teve a sorte de ficar com criações tão geniais. Apesar de lá estarem, destacam-se da cidade. São coisas que estão em Barcelona mas não lhe pertencem.

Um dos locais mais ventilados por toda a gente que vai a Barcelona é a Rambla, zona com fama de animada movimentação, cores e aromas, enfim, uma maravilha urbana. A verdade é outra. A Rambla não passa de uma rua com lojas, emigrantes ilegais, putas, mau cheiro e muito lixo (esta parte do lixo e do cheiro é comum a toda a cidade). A movimentação da Rambla provém de ter centenas de turistas à procura da animação da Rambla e de espanhóis a darem encontrões a toda a gente (como em qualquer parte da cidade).

A juntar a isto, parece que todos os indigentes inábeis da Catalunha se juntaram na Rambla para fazer o seu triste número de rua. A falta de talento é constragedora e qualquer palermice serve para extorquir uns trocos ao palerma do turista que julga estar a assistir a momentos únicos que só a Rambla proporciona (e nesse sentido até é verdade).
Seguem-se dois exemplos deste circo de misérias.



Esta rodilha metálica de lixo não é obra de um infeliz acaso, antes pelo contrário. Este espectáculo é resultado de quase meio dia de trabalho afincado de um desgraçado que passa a manhã a juntar novos elementos residuais ao molho, a coser os seus andrajos e a apreciar calmamente a situação estética do preparado. Lá para o meio da tarde, o artista lá se decide a subir para cima do ferro velho e por lá fica longos minutos na posição que se vê.
Pronto para receber a contribuição dos espectadores que valorizem este tipo de actividades, está o mini-ego do artista, um metro à frente da instalação dinâmica.



Outro dos infortinados do talento é este faquir.



O homem tem um ar tão enfadado, tão aborrecido, que consegue executar o seu número dando a impressão de que ainda está a preparar o cenário. Acho que fui o único a perceber que ele estava a comer pregos, tal a displicência com que enfrentou o desafio. Tudo isto acompanhado por um naturalíssimo disco sound. Para dar o toque final de sordidez, pode-se ver o estojo aldrabado de primeiros socorros (no lado esquerdo, a caixa branca com dois pedaços de adesivo vermelhos cortados e colados à mão).

Coitado do Gaudi.

[Blogger Zorn John]: Porra, tu és levado da breca.
Foi no final da viagem e já estavas cansado? Ou é o teu sentido crítico em modo supermasssive black hole? ;p
 
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